terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Miguel Ricou: Questões Éticas

Miguel Ricou é licenciado em Psicologia Clínica pelo Instituto de Ciências da Saúde Norte, mestre em Bioética pela Faculdade de Medicina do Porto e doutorando na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Está ligado à Faculdade de Medicina há oito anos, onde é docente na área da Bioética e Ética Médica e desenvolve a sua actividade clínica que considera ser a sua “paixão”.

Começou a interessar-se pela Bioética por considerar ser uma área muito fronteira com a psicologia. Para Miguel Ricou a ética é a ciência da relação, e sendo a ética a ciência da relação, transdisciplinar, vai beber um bocadinho a todas as ciências”. Assim sendo, a eutanásia é um assunto com que se cruza a cada dia pelas questões que levanta ao nível da Bioética e Ética Médica.

Uma das maiores preocupações para o médico é resolver a questão de um pedido de eutanásia e esta passa obrigatoriamente pela noção de voluntariedade. Como refere Miguel Ricou “num mundo como o nosso achamos que só porque não produzimos já somos inúteis”, logo ninguém pode garantir que um pedido de eutanásia seja realmente voluntário ou, por outro lado, “ aquilo que o indivíduo quer porque não aguenta o sofrimento, ou mesmo porque a obrigação que sente de tomar uma decisão leva-o a agir”.

Todos temos o direito de viver com dignidade, mas também de morrer com dignidade com o apoio de quem nos é mais próximo. Para que isso seja possível, a solução passa por criar mais unidades de cuidados paliativos em Portugal e dar assim melhor qualidade de vida aos doentes terminais, pois como diz Miguel Ricou “se houvesse muito bons cuidados paliativos os pedidos de eutanásia seriam residuais”.

Diana Sousa

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