terça-feira, 2 de dezembro de 2008

O tempo passa a vida a passar

O tempo passa a vida a passar. E passa. E nós, por vezes limitá-mo-nos a observá-lo passivamente, como meros espectadores desta realidade cronometrada que nos envolve.

O toque do despertador, da sirene dos bombeiros, de uma ambulância ou da buzina de um carro, são pequenos exemplos de alertas do quotidiano que nos vão chamando, muitas vezes, à atenção para a existência dessa mesma realidade activa e dinâmica.

Quantas vezes já aconteceu a cada um de nós ir na rua distraído e, de repente, lembrar-se de algo que tinha sido temporariamente esquecido, como o aniversário de alguém, um encontro marcado ou um trabalho a entregar? Esta situação deve-se, essencialmente à falta de noção do tempo que possuímos, agravada pelo contexto sociocultural português. Esta é uma característica típica do nosso povo, literalmente traduzida pela aplicação contrária do provérbio “não deixes para amanhã o que podes fazer hoje”. O português vai “deixando”, até ser encurralado pela pressão do factor tempo que condiciona a concretização atempada e pelo “pânico de última hora”.

Certo é que cada pessoa é única e nem todos nos enquadramos nesta generalidade social, visto que ainda há quem dê primazia à organização e gestão das suas actividades, de modo a que a coordenação do tempo seja eficaz. Porém, as pessoas põem cada vez mais de parte qualidades como o empenho, a dedicação, o entusiasmo e a entrega no papel que desempenham; assim, fazem com que os minutos, as horas e os dias vão passando sem que surja a necessidade de cumprirem desafios a cada momento que passa, de sentirem a opulência do tic-tac do relógio que não pára, seja qual for a situação.

Deste modo, talvez fosse melhor começarmos a pensar melhor na postura que assumimos na nossa vida perante algo que está sempre presente, embora muitas vezes nem nos apercebamos: o tempo.

Diana Sousa

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